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Defesa de Joesley dispensa Janot de depor em processo sobre delação

De acordo com advogados, ex-procurador-geral da República não tinha mais nada para esclarecer


A defesa do empresário Joesley Batista, do Grupo J&F, dispensou o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot de prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira, 12, como testemunha dos advogados do executivo, Wesley Batista e Ricardo Saud, no processo que discute a rescisão (invalidação) dos seus respectivos acordos de colaboração.
 
O advogado Técio Lins e Silva, que atua na defesa de Joesley Batista, disse que a decisão foi tomada hoje e que não havia necessidade em ouvir o ex-procurador-geral. E rebateu a crítica feita por Janot, que classificou como indelicada a dispensa tardia.

"Foi decisão nossa, prerrogativa da defesa desistir da testemunha a qualquer momento, não existe essa questão de delicadeza. Não há necessidade. Ele já prestou vários depoimentos no inquérito, deu várias entrevistas, expôs sua opinião em diversos foros, em diversas mídias."

De acordo com o advogado, Janot não tinha mais nada para esclarecer, já que não participou dos entendimentos, nem do acordo. "Quem participou das decisões, dos acordos, não foi ele. Ele foi apenas a autoridade que bateu o martelo. Mas ele nunca ouviu os colaboradores, nunca esteve com os colaboradores. Nunca. Não havia o que perguntar. Ele não ia prestar grande ajuda à Justiça. Isso é entendimento da defesa. Decisão foi tomada hoje. Isso é prerrogativa da defesa ouvir a testemunha e desistir dela quando bem quiser."

A jornalistas, o ex-procurador-geral da República afirmou que gostaria de ter sido avisado com antecedência sobre sua dispensa para evitar seu deslocamento até a Corte. "Eu acredito que por uma questão de cortesia eu poderia ter sido comunicado antes. Eu concordei em aqui estar há muito tempo", disse, na saída da audiência, na sede do Supremo, em Brasília. Ao chegar, Janot informou que não falaria com a imprensa, mas mudou de ideia ao ser dispensado pelos advogados dos colaboradores.

O ex-chefe do Ministério Público Federal disse que não houve justificativa por parte da defesa dos colaboradores. "Não houve. (Alegaram) Que eu já teria feito manifestações por escrito, e então não haveria razão de eu fazer esse depoimento."

"E não faço qualquer ligação da dispensa do meu depoimento com as prisões que aconteceram. Não faço nenhuma ligação com isso. Mas pode ser que - mas não afirmo também que isso aconteceu - era um interesse de constranger o então procurador-geral da República que subscreveu a peça em que se postula a rescisão de acordo", concluiu.

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